SAUDADES

SAUDADES

Que quereis deste ser velho e cansado

Se não multiplicar as saudades de seu fado

Que alentar, deseja os dias consentido

Na busca da ventura de quem está partindo

Pois o tempo que passou não volta mais

Se ora quiseres dar-me, não quero mais

Aquilo que almejei ... ardentemente

Restou saudade da vida descontente

Se algum juízo ainda em mim intento

Nos enganos desta vida de tormento

Eu quero esquecer e sem ter saudades

Passar os dias que restam sem maldades

Cansado das mágoas e desventuras

A vida me reservou só amarguras

Não teriei saudades na hora da partida

Já que parto feliz deixando esta vida

E se saudades de mim alguém tiver

Louve ao feitor do mundo onde estiver

Para que tua prece chegue até mim

Pois a morte é o começo, e não o fim!

SP 29/03/2003

Armando A. C. Garcia

E-mail: armandoacgarcia@ibest.com.br

Armando Augusto Coelho Garcia
Enviado por Armando Augusto Coelho Garcia em 15/11/2005
Reeditado em 26/04/2008
Código do texto: T71821