A Rua da Liberdade

A Liberdade que o tempo afasta,

Lembrança aproxima.

Quem foi benzido pela Dona Amélia da esquina?

E o Abel que curava a dor do motor,

E Seu João dançarino, beca que parecia doutor,

E Seu Arnaldo a quem com carinho chamava de vô.

A rua fechada em festas juninas,

Arraiás ensaiados,

Cada um levava o pouco que tinha.

Crianças para todos os lados,

Futebol no asfalto quente,

E o pé, sola derretia.

Fim de ano era uma festas,

Casas nunca ficavam vazias,

Invasão da criançada,

Entravam e de tudo comiam,

Salpicão da Dona Rosa,

Doces que Dona Edna fazia,

Bagunça para todo canto,

Sempre acompanhada da alegria.

Parceiros de horas tristes,

Cúmplices em sintonia,

Um banho de balde orquestrado,

Aparecia no térreo,

E do primeiro caia.

Guerra de bexigas,

Balde, ovo e farinha,

Íamos crescendo,

E outra frase se ouvia,

Escutava o abrir da janela,

E meu pai dizendo,

"Mais uma noite perdida".

O tempo nos afastou,

Porém nós marcou com a alegria,

Nos ensinou o que é Liberdade,

Felizes os que desfrutaram daquilo um dia.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 29/01/2021
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