Mudanças

Suas palavras tão distantes do meu mundo. Já nem o balança mais! Tu achas que sim!

A tarde graciosa me faz mais tranquila. Os dias têm sido alívios. Quase sabor de abraços de infância. Com cheiro da canela na rosca doce que a vovó fazia! Ela batia a colher na panela para me chamar...eu entrava correndo, parecendo um raio desgovernado cozinha a dentro. Eu sentia o cheiro do café que eu ainda nem bebia...eu queria mesmo era Nescau, no canecão! Pra sair com bigode de volta pra rua. Quem sabe assim alguém me respeitaria?!?!

Papai tinha um senhor bigode e ninguém tirava farinha com ele, não!

Algo na rua realmente me seduzia. Acho que era a largura. A liberdade. O espaço infinito que me colocava a olhá-la horas a fio a imaginar um caminhar. Cartola deve entender esse meu falar... Caminhar sem destino. Até onde minhas pernas aguentassem...e depois, poderia me colocar a retornar. Sim, pois eu sempre queria retornar de qualquer lugar que estivesse. No fim, eu sempre queira meu lar!

Sou assim ainda... mesmo passadas quatro décadas...não há lugar melhor!

Parece que muito se passou, mas pouco mudou dentro de mim...ainda desejo apenas que o dia seja divertido e que eu possa descansar ao final dele! Às vezes, como hoje, eu descanso bem no meio.

Não sou sempre flor. Aliás, raramente!

Mas pretendo ser sol sempre que puder.

E das minhas horas, quase nenhuma é mais triste. Pena você não estar aqui para ver...como as coisas mudaram, mudam, e melhoram.