Saudade de casa
Olhei mais uma vez aquela rua,
Que por anos me fizera criança,
E senti um nó na garganta...
Segurei para não chorar.
Cravava meus passos derradeiros
Naquele chão de terra batida
Que engolia as gotas delgadas de chuva,
Insistindo em nos molhar;
Como se fosse um choro ressentido
Pela partida de mais um filho.
Guiando minhas pequeninas mãos
Vi o vincado rosto de minha mãe
Molhar-se com gotas de saudade.
Abracei-a com tristeza;
E, sem dizermos nada,
Soluçamos ali, juntos,
Chorando a saudade de nossa velha rua!