Peregrino

Devoro estrelas

na calada da noite.

Padeço

de saudade e pranto.

O teu canto já não é mais o mesmo.

Não é não, oh sereia (aventureira)

imperatriz,

dona de si.

Dama,

feiticeira.

Os segundos partem

minha alma retorcida

e fenece.

singra a louca paixão

silente

através dos sículos.

O síncrise entre o bem e o mal.

A símile entre a minha angústia

e o desabrochar da dança

que reberbera

no oceano de tuas entranhas.

Já não sou mais o mesmo.

Minha face antiga.

Sou incano.

Tantas inânias em minha vida toda!

Rosas do deserto.

Inaudito coração cigano

que tanto guarda

e não consome velhos desejos.

Minha deusa da lua;

para onde fostes?

Por que partistes

meus frágeis sonhos em pedaços?

Onde guardastes o meu precioso tesouro?

A chave pra o nirvana.

As feridas ainda não cicatrizaram.

Solitário

busco as escadas para o céu

dentro do meu ser.

Sorvo o último cálice

bebo dos teus segredos

e não descanso

sem destino certo

até o despertar do arrebol.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 28/10/2007
Reeditado em 28/10/2007
Código do texto: T713143
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