Peregrino
Devoro estrelas
na calada da noite.
Padeço
de saudade e pranto.
O teu canto já não é mais o mesmo.
Não é não, oh sereia (aventureira)
imperatriz,
dona de si.
Dama,
feiticeira.
Os segundos partem
minha alma retorcida
e fenece.
singra a louca paixão
silente
através dos sículos.
O síncrise entre o bem e o mal.
A símile entre a minha angústia
e o desabrochar da dança
que reberbera
no oceano de tuas entranhas.
Já não sou mais o mesmo.
Minha face antiga.
Sou incano.
Tantas inânias em minha vida toda!
Rosas do deserto.
Inaudito coração cigano
que tanto guarda
e não consome velhos desejos.
Minha deusa da lua;
para onde fostes?
Por que partistes
meus frágeis sonhos em pedaços?
Onde guardastes o meu precioso tesouro?
A chave pra o nirvana.
As feridas ainda não cicatrizaram.
Solitário
busco as escadas para o céu
dentro do meu ser.
Sorvo o último cálice
bebo dos teus segredos
e não descanso
sem destino certo
até o despertar do arrebol.