Presença anunciada
A saudade de todos os dias,
hoje bateu diferente em meu peito.
Acordou-me de um sonho profundo,
despertando também todos os sentidos
para esse tempo que tenho passado
sem a tua companhia ao meu lado.
E mesmo sem entender ou saber
se esse querer é ou não meu direito,
trago em mim sentimentos estagnados,
quase caóticos,
mas contidos.
Quis dormir para tentar esquecer tua ausência,
sufocando a todo custo todo o pranto,
toda a insegurança,
toda a dor e carência...
nutrindo apenas minha resistência.
Vi minhas forças minando
no balanço das horas que se seguiam,
o sono partindo de mim,
trazendo-me de tão distante,
enquanto dormiam, não os sonhos
ou os olhos que me pertencem,
mas as esperanças que a amargura envolveu
durante o anoitecer, e me fez adormecer...
e me despertou quando o sonho virou pensamento,
e te vi ali, no firmamento...
querendo de toda forma chegar,
se apossar...
me alucinar...
E o que tem doído,
então, não mais seria a ausência,
mas a presença anunciada,
durante os pouquíssimos momentos
com a hora marcada,
a hora do adeus estipulada
por um maldito celular...
e eu, sem saber de nada...
correm os versos soltos,
segue minha vida presa,
minha tensão se mantém
camuflada em meu quarto,
onde mantenho a luz acesa,
tentando em vão,
fechar as lembranças,
relaxar os anseios
e buscar outra alternativa
que me devolva a vontade de dormir...
talvez para sonhar contigo...
como fazer quando tudo o que poderia ser feito
não faria a menor diferença,
se o que se faz o tempo todo
é pensar no que se faria?
Só uma coisa não muda
nessa coisa toda que tem sido
tua constante presença em meus pensamentos...
sabes o quê?
Ora, ora... o meu amor por ti!
19/04/2007