Concha do beijo
A noite convida...
despida e constante.
O vento balança,
roçando os amantes.
Refúgio encantado,
morada e caminho.
A busca incessante
de não ser sozinho.
É sonho acordado,
volúpia e desejo,
amor inventado
na concha do beijo.
É mar afrontado
querendo passar.
Espelho encantado
no fundo do olhar.
A noite eterniza
a antiga viagem.
Murmúrio de brisa
ao som da coragem.
E um doce arrepio,
alento e magia,
escorre macio
na veia do dia.
Marilia Abduani