Maresia
Na aldeia
As casas abandonadas
Ainda, esperam
A volta dos pescadores -
Algumas redes de pesca,
Sonolentas,
Nas varandas permanecem,
Enquanto as janelas
Com vidros quebrados -
Vergados cílios
Espiam o voo das gaivotas...
Há encanto na vegetação
Que cobre parte
Dos ondulados telhados -
Ah... esse, quase silêncio,
Dialogando com as conchas
Silencia a voz de Cronos,
Que por segundos pausa
As mãos sobre
A antiga máquina de escrever
Esquecida & emudecida,
Deixada nas esmaecidas
Palhas da cadeira -
Rendas de teias...
Esse vento de saudade,
Chega de mansinho
Faz - me ser lágrima
Em tua distante pegada
Pincelada na areia -
Começa a chover...