Flor andrógina
 
Na tentativa de compreender minha carência.
Fui ter com Heródoto e dele cheguei até Platão.
E para entender a sensação dessa ausência.
Estudei assuntos que tratam da reencarnação.
 
Sempre senti a falta de um elo ou de um abraço.
Entre os carinhos esse é o que eu mais pleiteio.
Como se em mim faltassem outros dois braços.
Para me equilibrar como se fossem o meu esteio.

Nesses estudos me descobri uma flor andrógina.
Da qual amputaram o estilete, a sua alma gêmea.
Sou o lírio infértil que outrora foi uma flor ixógina.
Sofrendo ausência do seu eu macho, o eu fêmea.

Mas não se avexem pois esse caso é indissolúvel.
Nem mesmo os deuses têm o poder do revertério.
Vivi mil vidas e reencarnei pra ser uma flor volúvel.
E me inclino a esmo em busca do meu novo antero.
 
Adriribeiro/@adri.poesias

 
Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 26/11/2020
Reeditado em 27/01/2021
Código do texto: T7121092
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