AJUDA-ME A RECONSTRUIR-ME

PONTOS, VÍRGULAS

Ajuda-me a reconstruir os estilhaços do corpo ferido

A recolher da minha alma os pedaços de cada tristeza

Cada caminho sem chão, sejam só cicatrizes, de tanta desilusão

Escrevo numa folha de papel a minha dor

Rasgo aos pedacinhos atiro ao vento para que o vento leve

A minha dor para longe, insensatez sentimento angústia

Sombra pela intensidade da solidão do seu vazio onde

As lágrimas correm como um rio?

Hoje ao passear pela praia; encontrei uma rosa branca

Olhei para ela, senti uma dor, estremeci, senti um arrepio na espinha

As ondas do mar embalavam-me para a areia

Como se as águas falasse entre as ondas e a areia

Não gosto de estar só nesta solidão eu me encontro

A minha alma a minha vida, talvez o tempo cure a dor que sinto

Sinto-me só na multidão, como um passarinho

Preso numa gaiola dourada; a cada minuto que passa, percebo

Que perco uma parte de mim e que nunca mais vou reencontrá-la

A dor do meu peito mastiga todos os livros de poesia??

O amor que sentia lambia as palavras entre os pontos

A saudade lembra-me as vírgulas escondidas das letras

A dor do meu peito já comeu todos os livros de amor.

Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Enviado por Isabel Morais Ribeiro Fonseca em 03/11/2020
Reeditado em 16/12/2020
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