Meus “nomes” engoliram o alfabeto
Meus dedos, rebeldes,
não escavam mais
essas digitais.
Meus dentes, indóceis,
querem mastigar
essas bactérias.
Meus tímpanos, sensíveis,
não suportam mais
esses ais.
Meu sangue, sujo,
não vaza mais
essas artérias.
Meus pés, desertos,
não cabem mais
em meus passos.
Minhas crenças, ineptas,
não se curvam mais
a esse quebranto.
Minhas lembranças, tantas,
não cabem mais
nos meus abraços.
Meus olhos, ermos,
estão vestindo
esse desencanto.