FRAGAS E PEDRAS

Escuto o murmúrio do rio

Que corre entre as fragas e pedras

Lentamente e devagarinho

Parece ao longe, alguém a chorar de frio

Será uma alma sem forças para lutar

Ou sofrera de solidão ou ainda as lágrimas ardentes

Das mulheres saudosas das aldeias e das terras vazias

Sem almas dos homens desaparecidos

Sem tempo de amar

Que adormecem ao sol e ao luar

Das suas mulheres que não têm noites de amor

Esmagam a raiva que martelam a dor da memória

Escuto o murmúrio do rio que corre

Lento e puro onde mato a sede de tudo

Donde mora sozinho.

Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Enviado por Isabel Morais Ribeiro Fonseca em 19/10/2020
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