A DOR DO ABANDONO

O sol se pôs e,
Mais uma vez, a noite se fez fria.
Eu ainda estou aqui na espera.
Uma espera, gélida e sombria!
Você me disse que iria, mas que logo voltaria.
Mas, como a um pássaro, você criou asas e voou!
Levou consigo a harmonia do meu viver,
Deixando-me presa às sombras da saudade,
Onde a eternidade se faz cada vez mais presente.
Os dias se fizeram escuros, e as noites se fizeram claras,
E as lágrimas, se fizeram chuvas violentas.
A dor se fez raios atravessando-me o peito.
As enxurradas da solidão romperam as comportas do meu coração,
Afogando-me em recordações a cada novo amanhecer.
Sem você, estou presa às margens do desespero
Esperando a sua volta.
Imersa na mais profunda tristeza,
Sofro com esse imensurável amor, mas,
Não desisto, insisto, e imploro-te:
Volte logo meu amor!
Dê-me a sua mão,
Iça-me para fora desse sofrimento...