O ÚLTIMO RIO SABOR
Rio selvagem, rio Sabor
Corre lentamente e devagarinho
As águas do rio, pelos vales, montanhas
Lameiros, entre giestas e choupos
Correm como as almas, que sentem a escuridão
Nas águas geladas do rio, as mulheres que choram
De dor e saudade, que querem sair da escuridão e da solidão
Corre lento e devagarinho, o rio selvagem e puro
Com as dores daqueles,que sentem a perda de alguém
Corre o rio entre as fragas e pedras, com o sofrimento
Daqueles que não conseguem, sair do seu leito
Que ficam nas margens, com o frio e triste
Estão as almas,que ninguém as quer, sozinhas abandonadas
Neste rioque corre lento e devagarinho
Com a saudade dos vivos e dos que partiram para longe
Ficaram sozinhas as almas, na água pura e fresca do rio
Que corre lento e devagarinho.