Vou-me embora para Brasília
Lá tem poder à vontade.
Tem planalto central
Tem bizarrice nacional.

Vou-me embora para Brasília.
Lá na terra candanga
Vou entranhar-me no cerrado
Conhecer o lago artificial.

Vou-me embora para Brasília.
Escrever uma novela trágica.
Quebrar a varinha mágica.
E cair na real.

Realidade crua.
Realidade nua.
Sem avental ou paradoxo.
É só o enxame siderado
de corpos perdidos à procura
de almas-âncoras.

Vou-me embora para Brasília.
Terei tudo que desejar.
Até a saudade
da minha terra natal.

Irei dormir em posição fetal.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 28/09/2020
Código do texto: T7074655
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