Rebobinando

Sim, o vetusto relógio parou

Reles, que apenas marcava as horas.

Todavia, o mestre tempo continuou

E ironicamente há algo que não foi embora...

Deveria entre o passado e o futuro

Estar vivendo o agora, "teoricamente"

Mas emerge aqui o infame, imaturo.

Porque há mais passado no meu presente

Do quê um conduzir para o meu futuro

Negando que o seu lugar é outrora.

E quando eu entro em qualquer ambiente

Ele insistentemente me aguarda lá fora

Me fareja, me segura, me beija ardentemente

Diz amar o meu perfume, de saudades chora

Faz pirraça com o futuro, inconsequente

Rebobinando do meu presente, todas as horas.

20/05/2020