LEMBRANÇAS DE NOS DOIS
Izaias Veríssimo de Castro - 16/09/2020
Ah, tanto me lembro das recaídas que tivemos
Mas hoje entendo bem melhor este dilema
Foi muito bom o que vivemos
A cidade toda já nos conhecia
Pois por todos os lados dela
Tinha um lugarzinho que a gente ia
Se eu atrasava você logo telefonava
Já nervosa querendo saber por que
Ah, como era louco o desejo entre mim e você
Tínhamos hora pra sair, mas não tínhamos pra voltar
Se tudo tivesse bom, a cerveja, a música e o lugar
O tempo passava sem nem um de nós sequer notar
E como mestres na bendita arte de amar
Pintava um jeitinho pra ali mesmo a gente pernoitar
Ébrios e felizes nos entregávamos ao condiz
Após o ápice, no laço dos meus braços
Do meu corpo tu fazias ninho
E ali bem juntinhos adormecíamos
Ah, mas a noite mesmo calma
Que tão bem ninava nossas almas
Parece que de nos aturar se cansava
E num estalar de dedos se esgueirava
Eu via então o sol do oriente chegar
Sorridente e caloroso por uma fresta a espiar
Então tu despertavas com aquele charmoso espreguiçar
Pra logo com um abraço gostoso delicadamente me apertar
Ah, aí vinha nossa troca de energia
Isso a gente sentia do corpo do outro se exalar
Como dois pólos opostos que se atraem
Ficávamos ali mais um pouco agarrados
Buscando força maior capaz de nos separar
Era a força do romper do dia
O astro-rei, “petulante” e que tanto irradia
Nos impunha logo um autoritário “alto lá”
Se desgrudem e vão se embora trabalhar
Pois a vida não é simplesmente vadiar
Tchau minha deusa, meu amor, minha paixão
Outro dia ta vindo, não preocupa não
Vamos encontrar de novo e ouvir nossas canções
Vamos outra vez colar um ao outro
Os nossos apaixonados corações