Que saudade da tua poesia
05:09 Amanheceu, e logo o Cazuza veio sussurrar algo sobre a saudade que minha alma sente da tua poesia.
Feito um doentio carrossel "todo amor que houver nessa vida" cirandava em volta dos meus pensamentos.
De pressa fui ler os teus escritos, sem pressa li um por um, me deliciando, como quem come um banquete apetitoso.
Li com fome, pois minha voraz saudade queria rapidamente se saciar.
Da saciedade ao arrependimento, não pela leitura, mas por ter feito tudo como fiz.
Meti os pés pelas mãos, pulei o portão, esculpi aos teus olhos uma imagem desvairada. A maturidade embranquece meus cabelos, e me faz enxergar o quanto contigo fui pueril.
Não, isso não é uma tentativa de justificação, ou uma súplica por remissão. Isso era para ser um texto sobre a saudade que tenho da tua poesia, que cá entre nós é belíssima, e não sobre os arrependimentos que tenho em relação à ti.
Olha o que isso virou, um desabafo de uma alma que não consegue abafar esse caso, por motivos desconhecidos por mim.
Mas já que tocamos nesse assunto, não vou me esquivar. Um dos maiores arrependimentos que tenho é ter te conhecido, e te amado. Não porquê você ser o que é, mas por toda a inadequação de mim em ti.
Aliás, por quê escrevi esse texto sobre teus textos, se os meus textos tu nunca lês ? Por que minha alma sempre arranja um pretexto para te enfiar goela abaixo da minha poesia?
Acordei com saudade dos teus escritos, no entanto agora desejei jamais ter te conhecido, porque só neste instante me dei conta que jamais poderei ser tua, ou de qualquer outro alguém,pois fui predestinada à solidão, e com isso preciso me conformar.
A propósito, apesar dos pesares que isso envolve, eu me diverti na visita.
"E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia..."( Cazuza)