Docíssima Mãe

Deixai que volte para os braços de minha mãe.

Peço muito para sentir teus dedos acariciando

meus cabelos para que eu durma.

Ter a grandeza de escutar a voz carinhosa

quando falava comigo até mesmo reclamando.

Ela me ensinou o alfabeto, aritmética, desenho:

qual mãe poderia fazer isso com um filho?

Um dia ela adoeceu.

Era jovem, dinâmica, autêntica.

A saúde ficou pra trás.

A mente não era mais a mesma.

A inveja de uns, o ódio de outros, tiraram a vida de minha mãe.

Vinte e cinco anos de sofrimento até o dia em que descansou.

Deixai que eu volte para salvar, como um herói,

minha docíssima mãe.

Salvar do mal que a encontrou num caminho

e a tirou no fundo da mais sombria desgraça da loucura.

Mas é uma utopia, uma lírica quimera de filho.

Só resta hoje lembranças, lágrimas e muita saudade.

E a esperança de rever minha docíssima mãe.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 28/08/2020
Código do texto: T7048398
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