AMOR DA FAZENDEIRA

Aqui nesse alpendre de minha fazenda
tenho á tempos uma rotineira agenda,
que é todo dia ficar olhando a cachoeira.
Esperando sempre por momento animador,
foi lá numa tarde que ví aquele pescador
muito ferido, tinha caído na ribanceira.
Ainda me emociono,
com ajuda do colono
trouxe ele na cadeira.

Num dos meus quartos todo dia vou olhar
ali trazia as melhores frutas do pomar,
como ele gostava, isso não pude esquecer.
Sem  andar, acompanhei seu sofrimento
dei toda atenção, caprichei no alimento
abria uma janela te mostrando o amenhecer.
Fui me acostumando
mas, foi logo sarando,
isso não queria escrever.

Todas essas lembranças em mim ainda mora,
tristeza quando me disse que ia embora
e quiz me pagar, mas seu dinheiro recusei.
E aquela quantia enorme que foi deixado
tenho as notas aqui comigo bem guardado,
nesse quarto, pela primeira vez chorei.
Então numa manhã partiu,
deixando tudo aqui vazio,
levou tudo aquilo que sonhei.

Pegou seu carro e foi,aqui nunca mais voltou,
talvez nem sabe quanta saudade me deixou,
belos dias ,que fazem parte da recordação.
Cuidei daquele pescador com tanta ternura,
á tanto tempo, e sua saudade ainda dura,
deve estar pescando, mas em outra região.
Não sabe que esperando estou,
por que aqui nunca mais passou
foi ,pra sua distante Campos do Jordão.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 14/08/2020
Reeditado em 14/08/2020
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