Avó

Uma dona de todos os santos

Era santa, mas nem tanto

Mesmo assim tinha seu manto

De mulher que sempre vai

Não lhe era permitido ir longe

Mas ela foi mais e mais.

Anjo que nasceu Maria

Iniciou sua travessia

Seguindo uma estrela guia

A noite ela era dia

E foi essa a sua sina

Ser em seu tempo heroína

Em busca de seus ideais

Oh dona de sonhos tão puros

Avópãe

Oh dona de sonhos tão puros

Avópãe

Eu nem sabia de nada

Ela já era a primeira

Uma mulher tão guerreira

Eu nem havia nascido

Ela já tinha um destino

Onde eu poderia chegar

Um porto pra ancorar

Avópãe

Saiu de casa tão cedo

Deixou o sertão pra trás

Caminhada tão distante

Em seu jovem corpo andante

A seca fez outra história

No lombo de animais

Saiu de casa em caminhos

Areias e matagais

Sem perder o sonho puro

Avópãe

Na terra encantada chegou

Trouxe consigo um rosário

E preces no coração

De espírito refratário

E alma em comunhão

Tão moça de sonho puro

Tudo era tão escuro

E foi ali que ela brilhou

Pra conquistar seu futuro

Avópãe

Desenhou sua descendência

Construindo com decência

Família com bela essência

Até as netas criou.

Com o amor que sabia dá

Inteira ela se doou

Avópãe.

Oh dona de sonhos tão puros

Avópãe

Oh dona de sonhos tão puros

Avópãe

Para o dia dos pais, homenagem a minha avó, Maria, que foi avó , pai e mãe. Inspirada em Avohai, de Zé Ramalho.

JANET VITAL
Enviado por JANET VITAL em 10/08/2020
Reeditado em 05/10/2020
Código do texto: T7031371
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