MORENA COMO UMA TARDE
(Sócrates Di Lima)
Um pássaro solitário numa galhada
tem no peito a saudade,
canta para sua amada
em um belo e sereno final de tarde.
Se a tarde é morena,
Depende dos olhos de quem a ver,
Se a natureza estiver em cena,
Um lindo quadro faz nascer.
E quando se tem uma alma leve,
O coração em paz,
A tristeza não se atreve,
E nem tanta nostalgia traz.
Ás vezes lembrar faz bem,
Por que só se deve lembrar de coisa boas,
Um amor verdadeiro, cadeira cativa tem,
Vai sempre ser lembrado por outras pessoas.
E como a vida que sempre segue,
Temos a obrigação em segui-la.
De outra banda, não se consegue,
Fazendo alegria como sempre fi-la.
Ai então entra um olhar de inverno,
Que aquece o coração no olhar de dentro,
É um olhar muito-aquém- de terno,
Que vem bem lá do âmago, de seu centro,
E desse olhar acompanha um sorriso,
Tantas vezes repetido,
Em palavras dóceis e de improviso,,
Como é a paixão em um amor atrevido.
Entao se fez a tarde morena,
No olhar de encantamento,
Daquela que entra em cena,
No meu mais imprevisível momento.
E assim, a vejo menina Morena,
Entra a poesia e a canção,
Jovem e bela, uma pequena....
E gigante no coração.
Pudesse eu amá-la como preciso amar,
Por que, eu amo o incomum,
Quando amo, abro uma vala para o entrincheirar,
E defender esse amor de qualquer um.
Ah! Que o amarelo ouro aos olhos não mais se satisfaz,
Nem as tardes azuis que meus olhos vêem,
Aprendi que o amor depois que brota é capaz,
De seguir amando, pois, poder para isto tem.
Ah! Que meu pensamento a busca assim,
Entre palavras e querências reais,
Morena como uma tarde, você entra em mim,
E me liberta sem querer, dos meus ais.