Coadjuvante...


Mais uma vez tropecei, pedaço por pedaço
nos colos que ficaram,
no descompasso daqueles passos
que a vida fez sofrer
sem marcar hora, sem dar tempo,
sem deixar vestígios de um nada,
coadjuvante da saudade.
Tudo foi passado, repassado na tábua,
no mural que determinava o destino.
Fui criança, menino.
Fui ilusão que navegou em águas revoltas,
vela sem vento,
barco à deriva.
E sem o ritmo das ondas
quebramos nas areias,
fenecemos juntos sem luar.
Apenas o corredor das pedras,
curso de algum lugar,
me carregou pelas vias.
Muito antes, por ali passado havias,
mais uma vez marcando o destino.
Só que não és mais criança.
Também não sou menino.
És o sonho de um homem.
Quisera ser a busca de uma mulher;
eu à deriva, ela ressonante sinfonia de amor
para fazer luar, tomar posse do tempo
e criar a hora lentamente,
para o compasso seguinte formar um calendário,
sempre, sempre... Primavera.