SAUDADES DE LUANDA
Lembro-me das manhãs nevoentas na banda,
Altura em que íamos à escola, onde tudo parecia duro, mas não
Mamãe me encorajava a estudar
Como não cumprir o que ela manda?
Se sideral era o ambiente escolar?
Lembro-me dos carros de lata,
Os bonecos de barro,
As caças na mata
O consumo da água no jarro
Lá no Mussulo era o caminho
Em nado a nado para lá chegávamos
Junto com Lino e Lito, priminho
Não era mal embora nada ganhávamos...
Áh, saudades, da terra "Luanda"!
Saudades daquela rua, onde jogava mete-tira
Aquela esquina que dava na quitanda
Nossas travessuras do dia da mentira.
Lu anda, minha semente lá foi germinada
Sou filha dessa terra velha, cansada
Saudades da Lu, hoje já não anda.
Choro, ensanguentadas lágrimas
Grito, gemo, desesperada
Quero voltar a florescer lá,
Minha terra meu lugar, Luanda.