SAUDADES DE LUANDA

Lembro-me das manhãs nevoentas na banda,

Altura em que íamos à escola, onde tudo parecia duro, mas não

Mamãe me encorajava a estudar

Como não cumprir o que ela manda?

Se sideral era o ambiente escolar?

Lembro-me dos carros de lata,

Os bonecos de barro,

As caças na mata

O consumo da água no jarro

Lá no Mussulo era o caminho

Em nado a nado para lá chegávamos

Junto com Lino e Lito, priminho

Não era mal embora nada ganhávamos...

Áh, saudades, da terra "Luanda"!

Saudades daquela rua, onde jogava mete-tira

Aquela esquina que dava na quitanda

Nossas travessuras do dia da mentira.

Lu anda, minha semente lá foi germinada

Sou filha dessa terra velha, cansada

Saudades da Lu, hoje já não anda.

Choro, ensanguentadas lágrimas

Grito, gemo, desesperada

Quero voltar a florescer lá,

Minha terra meu lugar, Luanda.

Mille Tavares El Dorado e Rukelha Reis
Enviado por Mille Tavares El Dorado em 17/07/2020
Código do texto: T7008181
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