NOS BECOS DOS MEUS PENSAMENTOS
(Sócrates Di Lima)
Ando por ai,
Nos becos dos meus pensamentos,
solidão até ja fingi,
para me esconder dos meus sentimentos.
E assim dobro as minhas esquinas,
perdidos em ruas sem saídas,
sentir saudades é minhas sinas,
E estas não são fingidas.
Pego-me sentado á beira de minhas estradas,
A espera de um vento sem poeira...
De uma carona de olhar e vozes encantadas,
Que fazem-me sonhar fazendo besteiras.
E nos becos dos meus pensamentos,
vago, divago, me perco em devaneios,
quando a saudade bate a todos os momentos,
Gritando no peito os meus anseios.
Queria abrir o peito com as mãos,
arrancar as dores que a saudade me traz,
não adiante fingir que não tem solidão,
quando o amor distante de faz.
Sem voz, sem sorriso, sem suspiro,
sem chamegos, beijos e o prazer dela,
sem gemidos, gritos e odores que respiro,
fico perdido, desencontrado quando estou sem ela.
Ah! Que não passo de um principe desencantado,
açoitado pelos ventos nos becos da minha vida,
como num barco a deriva, num mar atormentado,
maremotos na alma, por uma saudade proibida.