CABOCLA SERRANA

Pedi para a cabocla serrana
que viesse comigo sem medo,
até ofereci a minha choupana
bem pobre, mas entre o arvoredo,
que viesse habitar minha cabana
e para ninguem fizesse segredo.

Se sozinho a solidão me devora
deixa a minha alma quase morta,
e a sua presença seria agora
bem vinda, pois muito me importa,
consolaria alguém que muito chora
seria uma flor em minha horta.

Mas no entanto, ela me disse não
numa tarde que muito chovia,
falou pra mim continuar na solidão
tendo por companheira a ventania,
ela  me atirou mais nessa escuridão
que a bastante tempo eu já vivia.

Continuo sozinho aqui nessa morada
e me sentindo como um estrangeiro,
essa  única tentativa foi frustrada
tristemente fui derrotado por inteiro,
conseguiu por um fim nessa estrada
que só tinha eu como forasteiro.

Sei que ela e como uma andorinha
que por aí estará sempre a vagar,
recusou a oferta, a pobre casinha
por que gosta da liberdade para voar,
mesmo recusando a proposta minha
ainda continuo dela, muito gostar.

 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 02/07/2020
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