Arretada saudade
Eita, que quando a saudade aperta o peito
Não tem valente que não se amurrinhe
Ela mexe com sua vida de tal jeito,
Que quando vemos já estamos choranhinhos.
É uma bicha danada que só a peste,
Bagunça a alma e nos faz se sentir fora do ninho.
Que a saudade é uma malvada, não duvide!
Não tem dó nem do home nem da muié.
Ela vai fazer de você seu escravo, acredite!
E vais chorar toda vez que ela vier.
Porque saudade de verdade aperta o peito,
Mexe com sua vida e faz do cabra o que bem quer.
Não pense que tu vais se livrar de uma saudade,
Só porque és corajoso e arretado.
Pois quando ela te pegar pela verdade
Não adianta ter coragem, ela vem e faz um estrago.
Porque saudade é uma malvada, não tem jeito
Aperta o peito... e faz da tua vida o que bem quer.
E não tem jeito, saudade verdadeira não vai embora,
Pode até se afastar por alguns dias.
Mas ela volta e sempre que volta você chora.
Chora até por sentir falta das agonias.
Porque saudade de verdade deixa saudade,
Da saudade, das angústias, de choras suas alegrias.