Natal Noturno
Natal Noturno (quase Natal)
a Clowis Dias Cardoso
(in memorian)
O Nascimento da pequena luz o encontrou solitário
Sobre terras estranhas, secas,
Sem emoção.
Onde todas as tristezas se encontravam,
Formando entre si um foco desesperado,
Nada o faria acreditar
Que algo no seu universo poderia ser mudado.
Daquele ponto emergiu o mar,
Aquele canto,
O som fúnebre dos ventos.
Rompendo do céu, atingiu o Mundo,
O sentimento único,
Cultivando o inesperado,
Nas almas perdidas e profundas,
Anjo caído,
Divino,
O Horizonte se abriu ao seu passar,
O Infinito desvaneceu as trevas ao seu pedir,
E tudo pareceu pedir-lhe perdão.
Só que a vida se retirara para sempre.
Era tarde, quase anoitecendo o coração.
Quem sabe numa nova dimensão;
Num encontro capital do ser com o espírito humano,
Aconteça o verdadeiro Natal.