A ROSA
Você colheu uma rosa louçã
E eu estava a dois passos do teu peito,
Dez graus abaixo da volúpia,
E a um centímetro de me perder.
Tu que despertas essa chama
E que me arrepia os pelos,
Que coloca insone e inquieto o leito
E que nunca me toca
-a não ser em devaneios-
Que untam-me sempre de corpo inteiro.
A rosa em tuas mãos se torna ordinária
Tudo que é belo diante de ti não te embuça
Pois ante teu cheiro qualquer rosa sânie
É a ti que todos buscam...
Queria ser a rosa que colhes
E em tuas narinas deixar meu cheiro
Em tua memória o meu encanto
E dos meus espinhos te furar os dedos.
És a verdadeira rosa que não se colhe,
Mesmo assim te quero pra mim.
Para que minha vida não seja mais aziaga
Para que possas colorir meu jardim.