SAUDADES DELA
(Sócrates Di Lima)
O "pai" é vigilante
Vigia os passos do amor,
Parece um cão rosnante,
Vigia até sua sombra, óh! Meu senhor!
E por isto aqui sozinho,
Nas sombras e sobras das lembranças que ficou
Perco me no odor do seu corpo em meu ninho
Nas calcinhas que ela me deixou.
Nessas noites frias, ouço ruídos dos ventos,
Afoitos batem á minha janela,
Deixando meus sentidos atentos,
Na perfumada brisa que entra por ela.
Caminhantes de ruas,
Ventos uivantes desfolhando outono,
Trazendo chuvas finas, descompassadas e nuas,
Quebrando em pedaços o meu sono.
E no mergulho do sorriso que se fecha nela,
Banhado no sal os lábios trêmulos,
Águas de saudades em veios da face dela,
Vejo ao longe em olhos de lince incrédulos.
Ouço então sussurros de palavras que o vento trouxe,
Cheias de saudades e de desejos,
Em algo tão perto, delirando em algo tão doce,
Que mais parece nossas bocas em beijos.
Pego o telefone e chamo o número dela,
Mas, mudo, nem o whatsapp responde
Bloqueado, toma me a tristeza longe ela,
Em desassossego, penso triste onde ela se esconde.
E enfim, chega uma mensagem pra me sossegar
Mesmo triste o meu coração alegra-se
Diz: - O "pai" está vendo se estou indo caminhar
Cuide-se...
O que fazer, senão esperar
Parecemos menino e menina, adolescente...
Mas, só nós sabemos o que precisamos superar,
Para que nos encontremos escondidos, de repente.
Contudo, Esse " Cuide-se" sossega-me o peito em saber,
Com todo este carinho, talvez querer não é poder,
Sei que ela me ama, e sinto isto com prazer,
Porque eu a amo, com todo o meu bem querer!