Cadeira
Esta cadeira, ali no canto
Não fala, mas diz tanto!
Ela já abrigou enamorados
Ouviu segredos e os guardou
Bem guardados.
Esta cadeira, ali o canto
Não fala, mas diz tanto
Ela já se deixou molhar
Das lágrimas de muitos prantos
Já acolheu as orações,
Das mães acordadas
Esperanto: “esperanto”
Recebeu os pedidos, desejos
E o clamor de todos os santos
E a mães acordadas...
Esta cadeira, ali no canto
Não fala, mas diz tanto
Tem sua palha desbotada
Manchas de batom e café
Marcas de dedos barrentos
De crianças em algazarra!
Entretanto...
Esta cadeira, ali no canto
Ainda espera e aceita
Ser o lugar sacrossanto
Dos novos segredos
Dos novos risos
Das mães que esperam
E até dos prantos.
De todas as emoções
... E sentimentos ali depositados
Compondo a sua história.
Ainda tem seus encantos,
Esta cadeira, ali no canto.