EU NÃO CHOREI...
Eu não chorei olhando o regato afora
“Nossa saudade te sorri: não chora”
como dizia Mário Quintana...
Então não chorei, não chorei tua ausência.
Insanidade, ou inocência?
Mas eu juro, não chorei a saudade insana...
Deixei-a cantar sobre as pedras indo, indo...
Como a tarde quieta partindo
e era como se estivesses lá, sempre lá...
Sempre de regresso pelas margens
dizendo-nos coisas tantas entre as folhagens
Estavas lá, eu sei, estavas lá...
Estavas impregnado em cada grão de areia;
na corrente apressada... era tua veia
pulsando ali nos galhos roçando a água turva.
Juro, eu não chorei, porque eras mais que pranto;
eras a presença, eras o doce acalanto
cantarolando uma saudade em cada curva...
POEMA: Homenagem ao meu papai que partiu há mais de um mês
IMAGEM: Clicada por mim na fazenda esse mês