Um jovem solitário numa noite com lua

Numa pequena janela no alto dum prédio,

Um velho prédio.

Um jovem solitário observando o céu negro

Fitado de estrelas e uma lua gigante.

Um radinho de pilhas numa mesinha

Ao lado da cama, tocando músicas de amores tórridos.

E o silêncio constante da madrugada

um profundo silêncio naquela avenida

naquela cidade,

naquele momento.

Um jovem observando ao seu redor

Prédios e janelas acesas e apagadas,

Um bêbado na esquina,

uma prostituta xingando

malandros ziquizaquenado

pelo pequeno terror de nossas madrugadas.

E um jovem sem sono;

Sem pensar em nada, sem pensar no futuro.

Testemunhando um horizonte sem cor

uma paisagem urbana cínica.

de seres urbanos sem alma.

O jovem saiu da janela

deitou-se na cama velha

e ficou escutando na rádio

músicas de amores e saudades.

E olhando para o telhado

via nos pequenos furos o luar do sertão grapiúna.

E lentamente ia adormecendo

numa madrugada de sempre.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 13/06/2020
Reeditado em 14/06/2020
Código do texto: T6976600
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