Pela saudade

Da vossa voz

Só me arrependo de conhecer o adeus

O bater desgovernado das asas

Do que outrora jamais se pensou finito

O riacho do querer,

O indefinível exemplo de amor

Da vossa voz

Armei respostas pra dar em banco de réus

Um coração palpitando brasas

Uma saudade se acumulando em grito

E um tilintar de prazer…

E uma chorosa dor

Da vossa voz

Largo-me em esporádicas surdezes

Escolhidas para deixar reinar o sono

Para me permitir tatear-te na loucura

E perdoar-te na alucinação do regresso

Com um rogado recomeço,

Com os resquícios do que ainda é nossa cálida paixão

Da vossa voz

Ecoa nosso perfeito dançar sem luzes

Nossas noites sem mínimo cheiro de outono

Pelados e entregues aos gemidos da cura

Mas também ecoa o meu penoso fracasso

Do qual em joelhos te peço

Reanime meu pobre coração.

Odibar João Lampeão
Enviado por Odibar João Lampeão em 11/06/2020
Código do texto: T6973832
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