Pela saudade
Da vossa voz
Só me arrependo de conhecer o adeus
O bater desgovernado das asas
Do que outrora jamais se pensou finito
O riacho do querer,
O indefinível exemplo de amor
Da vossa voz
Armei respostas pra dar em banco de réus
Um coração palpitando brasas
Uma saudade se acumulando em grito
E um tilintar de prazer…
E uma chorosa dor
Da vossa voz
Largo-me em esporádicas surdezes
Escolhidas para deixar reinar o sono
Para me permitir tatear-te na loucura
E perdoar-te na alucinação do regresso
Com um rogado recomeço,
Com os resquícios do que ainda é nossa cálida paixão
Da vossa voz
Ecoa nosso perfeito dançar sem luzes
Nossas noites sem mínimo cheiro de outono
Pelados e entregues aos gemidos da cura
Mas também ecoa o meu penoso fracasso
Do qual em joelhos te peço
Reanime meu pobre coração.