Te quis tanto! (rimas desencontradas, como nós 2)
A que eu tanto queria fugiu-me dos braços
E numa noite angustiante, no último abraço
Dizemos adeus, não demos uma chance ao nosso amor
E lá se fomos, se perdemos, se corrompemos no ardor
Mas o primeio beijo naquela amurada, naquela noite
Ficaste alí parada, sem acreditar
Que depois de tanto tempo, os lábios se encontraram
E num beijo sofrido, voamos por cima de tudo, de todos, e os lábios se beijaram
Voltei para a minha cidade em cima de uma nuvem
E não percebi quando cheguei ao meu lar
Pouco sabia ainda o que era amar
Só sabia que eu queria mais e mais te provar
Um dia me visitaste e fomos aquele parque
De tanto amor, naquele dia, me alimentei somente de amor
Foi de novo algo sofrido, algo incontrolável, um ardor
Que não podíamos acreditar que poderia existir
“Meu menino”, me chamavas e aquilo para mim era tudo
Nada mais queria no momento, somente ter os teus lábios
Os teus olhos verdes, os teus cabelos loiros tocar
E parecia que sabíamos que um dia tudo aquilo iria acabar
Eram cartas e cartas semanais que nos unia, que nos alimentava
Sem elas não saberia o que fazer, a cada palavra mais te amava
Mais te queria, mais sofria a tua falta, a tua presença
Mais o teu corpo branco, delicado, os teus beijos
A tua assinatura, “sempre sua” era a minha inspiração
Quando eu terminava de ler e de novo começava para ler a declaração
Nada me importava, a vida, a morte, contanto que o teu amor estivesse ali
E eu vivesse dele, do teu calor, dos teus beijos, do amor que senti
Mas fomos embora para as nossas vidas viver
E mesmo com todo o sofrer, tivemos que a tudo renunciar
Os nosso beijos, o nosso amor, as nossas cartas, o nosso amar
Para hoje viver de saudade, de amor, de lamentar!