Saudade

Ah dona saudade,

Como te através a meu peito maltratar?

Como chegas sem pedir licença?

De tanta melancolia vais me matar.

Sinto saudades das coisas mais simples,

Do cheiro da terra molhada,

Do gosto da pamonha e da cocada.

Dona saudade, no meu peito

Tu fizeste morada.

Sinto saudade da minha infância querida,

Das brincadeiras de roda,

Das minhas roupas fora de moda.

Dos amigos que achei que seriam eternos,

Da inocência de escrever na última

Folha do caderno.

Dona saudade, aos poucos me consomes,

Me deixas nostálgica,

Me fazes desejar voltar a ser criança,

Sorrir como se não existissem problemas,

Sentir tantos sentimentos como mágica.

Para o mundo voltar a olhar com confiança.

Sigo imersa de nostalgia

A saudade também causa-me euforia,

É como uma canção,

Deixa-me repleta de inspiração.

Me invade de forma sinuosa,

Deixa ofegante minha respiração.

As vezes faz chorar meu coração,

As vezes enche-me de frustração.