VAZIO DE VOCÊ
Olho à volta, não vejo nada
Se não, o tácito escuro de uma madrugada
Que faz de minha alma, a mais vazia,
Viver a plenitude de uma solidão.
Fujo da luz da razão;
Pois, no escuro da noite, é tua imagem que vejo,
Deitada ao meu lado por sobre a cama.
Estremeço, contorço, ardo em vivas chamas
Sem ao menos poder te tocar.
Ao meu lado, a lingerie vermelho jogada ao chão.
O poema que escrevi, preso em tuas mãos,
Como que estando a me esperar.
Corações rabiscados em forma de sonhos sobre a mesa.
A última das centelhas a me incendiar.
Sinto o aroma do teu perfume.
E novamente, tu te tornas o meu lume.
A fim de que no escuro eu possa te tocar.
Deslizo minhas mãos por cada curva do teu corpo;
E absorto, viajo, deixo me levar.
Sei que preciso me desintoxicar de ti.
Pra não mais ter que sentir a tua presença.
Sei que o que sinto é por conta da abstinência.
De um grande amor que perdi.