Vestida para a batalha
A saudade, quando se veste, escolhe armadura
Como se fosse para batalha
A mais longa e a mais dura.
Usa lança, faca e espada
Fere o coração com lâmina afiada
Não ouve clamor de clemência ou rendição
Sua vitória se completa com a alma em lassidão...
A saudade vira traje do partido coração.
Pra vencer a saudade inglória
Só parcial ou toda despida
Desfolhada de toda sua força
Dentro de olhares, enfim, reavidos,
Sem espaço, seja comprimida,
O reencontro lhe traz a nudez indesejada
O calor das almas reunidas lhe desarma
A temida e pujante despedida
Agora se desfaz num abraço apertado. Bálsamo.
Não mais fere. Não mais maltrata.
Despida da saudade
A alma não é mais frágil
Pois o coração sem saudade é nu e livre.
Sem inimigos, nem temores
Vibra no reencontro, venceu a morte.
Comemora o amor e a sorte.