Vestida para a batalha

A saudade, quando se veste, escolhe armadura

Como se fosse para batalha

A mais longa e a mais dura.

Usa lança, faca e espada

Fere o coração com lâmina afiada

Não ouve clamor de clemência ou rendição

Sua vitória se completa com a alma em lassidão...

A saudade vira traje do partido coração.

Pra vencer a saudade inglória

Só parcial ou toda despida

Desfolhada de toda sua força

Dentro de olhares, enfim, reavidos,

Sem espaço, seja comprimida,

O reencontro lhe traz a nudez indesejada

O calor das almas reunidas lhe desarma

A temida e pujante despedida

Agora se desfaz num abraço apertado. Bálsamo.

Não mais fere. Não mais maltrata.

Despida da saudade

A alma não é mais frágil

Pois o coração sem saudade é nu e livre.

Sem inimigos, nem temores

Vibra no reencontro, venceu a morte.

Comemora o amor e a sorte.

Alda Guimarães
Enviado por Alda Guimarães em 28/05/2020
Código do texto: T6960398
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.