Solitude

Ando sozinha pela rua,

o vazio pulsa a amarga partida.

Cresce como um trovão

queima nas entranhas

- as entrelinhas do acaso -

Uma lágrima disfarça.

Pedaços de eus,

espalhados nas sendas da pele.

Pouso solitário

eu diria;

restos de sonhos.

Línguas de fogo.

Asas.

Suspiros alçam vôos.

Teu gozo enlouquecido

rasga os cegos delírios.

Cada cavalgada,

Sem freio.

Esvai-se,

escorrega

Na luz do amanhã.

Costuro no tempo

as farsas de nós dois.

Persigo uma pena ao vento,

Debaixo das sombras.

As tramas nas noites se estendem

sóbrias

em redemoinhos.

Nas esquinas se perdem,

Sob a chuva pálida e fresca.

Sol da meia-noite.

Não suportaria esperar por uma estrela,

Anjo das trevas.

Não consigo mais sentir

teu cheiro de relva.

Flores apagadas

Luas vazias.

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 15/10/2007
Reeditado em 21/07/2008
Código do texto: T695761
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