Solitude
Ando sozinha pela rua,
o vazio pulsa a amarga partida.
Cresce como um trovão
queima nas entranhas
- as entrelinhas do acaso -
Uma lágrima disfarça.
Pedaços de eus,
espalhados nas sendas da pele.
Pouso solitário
eu diria;
restos de sonhos.
Línguas de fogo.
Asas.
Suspiros alçam vôos.
Teu gozo enlouquecido
rasga os cegos delírios.
Cada cavalgada,
Sem freio.
Esvai-se,
escorrega
Na luz do amanhã.
Costuro no tempo
as farsas de nós dois.
Persigo uma pena ao vento,
Debaixo das sombras.
As tramas nas noites se estendem
sóbrias
em redemoinhos.
Nas esquinas se perdem,
Sob a chuva pálida e fresca.
Sol da meia-noite.
Não suportaria esperar por uma estrela,
Anjo das trevas.
Não consigo mais sentir
teu cheiro de relva.
Flores apagadas
Luas vazias.