Invasora vigilante
Saudade bate na porta
Não pede licença ou toca campanhia
Às vezes é indelicada e mesquinha
Bate com força e com pressa
Invade como um batalhão, mesmo chegando sozinha
Sua companhia é estranha
Tem muitas artimanhas
Com o coração não faz barganha
E pode ser sentida nas entranhas
Não dorme, nem cochila
Passeia na realidade
E nos sonhos se exila
Não enxuga lágrimas
Pode colher sorrisos
Não há vida sem ela
A falta de quem se ama nela se tutela
Se define, se alcança, se chancela
Muitas vezes é a chama da lembrança mais bela
A falta de quem se ama também é a saudade que zela.