Invasora vigilante

Saudade bate na porta

Não pede licença ou toca campanhia

Às vezes é indelicada e mesquinha

Bate com força e com pressa

Invade como um batalhão, mesmo chegando sozinha

Sua companhia é estranha

Tem muitas artimanhas

Com o coração não faz barganha

E pode ser sentida nas entranhas

Não dorme, nem cochila

Passeia na realidade

E nos sonhos se exila

Não enxuga lágrimas

Pode colher sorrisos

Não há vida sem ela

A falta de quem se ama nela se tutela

Se define, se alcança, se chancela

Muitas vezes é a chama da lembrança mais bela

A falta de quem se ama também é a saudade que zela.

Alda Guimarães
Enviado por Alda Guimarães em 24/05/2020
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