Rute e o boêmio
Chove lá fora e faz frio
Faz pensar como está você
Não mandei a carta
Foi-se de mim Helena de Esparta
Quando eu lembro Daquela moça
A qual compartilhava o prazer de ouvir João
A qual falava das crenças e descrenças
Da sua pele e sua voz afinada
Quando eu era seu homem...
Hoje ela se dá pra outro
Põe João na vitrola pra outro
Toca e canta pra outro
É feliz com outro
Os boêmios são amantes natos
O romance dura pouco, ficam as lembranças dos atos
As conclusões dos fatos
Eu a ouvia e via tocar Vinicius pra mim
Voz suave como seu olhar
Saudosismo por fim
Saudosismo e não saudade
O primeiro é vitrola e João
A segunda cruel, whisky e calamidade
Inexpressivo coração, clarão
Mas quero ver outras moças
Outros violões
Instrumentos corpos pra eu bem tocar
Poesia física das canções
Visceralmente pela pele cantar
Lembranças saudosistas do infinito que durou
Findou
Fincou