Nave do amor

Nas notas das cordas de um violino plangente,
Chora a saudade dentro do peito,
Fazendo a memória pulsar, tão, latente,
Na claridade da lua sem defeito.
 
Eu olho pro céu adornado de estrelas,
E no espelho da lua eu vejo tua face,
E brotam as lagrimas e tento escondê-las,
Pois, o desejo me convida ao enlace.
 
E translúcidos véus me cerram os olhos,
Levando-me em sonho bailando no ar,
Escuto tua voz entrando nos poros,
Na nave do amor em pleno luar.
 
E fora de órbita eu fico a mirar-te
Abduzida pela nave do amor
Girando no espaço tento tocar-te
Mas cega-me a lua no seu esplendor.