O FRIO SILENCIO DAS AUSÊNCIAS.

O Universo pede um tempo...

Tempo.Tempo.Tempo.

E nós...

Aos poucos, tímidos, sem vontade, sem querer,

Entramos em uma inércia jamais querida estando em vida...

Isolados...

Sem rios, sem filhos...

Sem mares, nem lares...

Sem ruas...

O Sol nasce e vai embora,

Vem a lua, depois a aurora.

Tudo parece igual...

Mas não está.

O ar respirado,

Contaminado...

Só se movem os imortais em alma, os guerreiros.

O isolamento dói, a saudade aperta o peito.

Saudade de nossos pares.

Lá fora, corpos caídos, sem vidas, inertes...

Descartados em valas.

Sem despedidas.

Sem beijos, abraços, só lamento...

Sob tetos escondidos, uns acolhidos com amor,

Alguns perdidos na dor e no medo.

E outros na solidão, sentindo o frio silencio das ausências.

O medo se engendra com a saudade!

Uns abraçados, entrelaçados.

Ao mesmo tempo, longe, afastados...

Que falta faz os que ficaram lá, onde não estávamos...

Coração apertado, doído, sentido...

Um vazio e dor...

Nos pequenos encontros, só olhares, sem sorrisos.

Os lábios vestidos,

Destilando dor e ao mesmo tempo amor,

Carinho, aconchego, vontade...

Vontade de abraçar, beijar...

Deitar no colo, no solo e tocar.

Vontade do cheiro, do olhar, do estar,

Do amar...

Que bom seria poder matar todas as saudades e não morrer por isso.