AO LUAR NO ALÉM

(À minha querida e saudosa mãe)

Ah! como é triste esta Lua – a divindade,

Debruçada na campa da saudade!

Ah! como é triste essa tristeza escura

Gota d’orvalho sensitiva e pura...

Claridade morta! Pura mortandade!

Negra tristeza! Chorosa claridade,

Cheia de dor e de saudade dura...

Vago chorar da real’dade pura...

Tudo cantando esse funéreo canto

Tudo chorando em triste desencanto

E a morte fria te ceifando a vida...

Vida preciosa toda resumida

Nessa existência tua apetecida

que a morte crua nos roubou da vida...

(Rio Grande-RS, 04/11/1943)

Attilio dos Santos Oliveira
Enviado por Attilio dos Santos Oliveira em 29/04/2020
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