PALMEIRA DE BABAÇÚ

Como viestes parar aqui, amor da minha infância,

Tu que por muito tempo me embalaste em sonhos?

Ouço, Deus, até hoje, a vovó cantando, “constância”,

A música que me encantava, e nos deixava risonhos!

Longe, o farfalhar das folhas das palmeiras de babaçu

Com seu barulho a se juntar aos cantos dos passarinhos!

No amanhecer, ia mais ligeiro que num rio a igaraçu...

Na casa de quebrar coco, comer coco e ver os ninhos!

Hoje, me deparo, no centro de Artur Nogueira, na praça,

Com uma palmeira de babaçu... Como veio parar aqui... (?)

Veio aqui pra me fazer lembrar, chorar, ficar sem graça?

Como se não bastasse ter lembrado, da chapada, do pequi...

Ah! Meu coração que desfalece na saudade! Bela palmeira,

De coco reluzente! Reluz na minha pobre vida passageira...

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 24.11.2012

16:32 [Tarde]

Estilo: Soneto