ESPERANDO-A

E tu não vens e a mágoa me devora

E durmo triste em meiga soledade

Pensando em ti nos braços da saudade

– Quem me dera surgisse a nova aurora!

E sinto o pranto em mágoa já desfeito

E o olhar se turva em meiga sonolência

E tu não vens... e eu sofro na inconsciência

Do silêncio do templo do meu peito

A vida é boa, mas o amor é mais ainda...

Mas há na vida tantos dissabores

Que embora o mundo seja só de flores

Às vezes, mas parece a dor infinda...

Borbulha-me nos olhos pranto enxuto

E há silêncio em mim que me estremece...

Minh’alma de amor, já se entumesce

E tu não vens... E espero e inquieto escuto...

(Rio Grande-RS, 1946)

Attilio dos Santos Oliveira
Enviado por Attilio dos Santos Oliveira em 24/03/2020
Código do texto: T6895962
Classificação de conteúdo: seguro