Primavera do Adeus
Não sei como suportar quando minha voz
te procura
A tua voz que foi o princípio de tudo
Na distância e no excitante do desconhecido
Não sei o que dizer quando amanhece esplêndido e azul
Quando languidamente eu te esperava na nossa cama
Ansiava por teus passos no corredor e meu corpo estremecia
Antecedendo teu abraço demorado
arrebatando toda solidão em mim
ondulando minha pele com tuas mãos e meus cabelos com teus dedos
Não sei como dizer que mil vezes a saudade dentro de mim
te procura
quando o coração lembra de tuas palavras de amor inventadas
Como se toda nossa casa ardesse de um amor secreto e impossível
Até o momento da tua partida que sempre parecia ser a última
Quantas vezes chorei, meu amor, quando ias embora
Pq não sabia se o teria novamente
Não sei como dizer que a mulher que só sou contigo
Te procura
Agora na estação que mais amo
Na primavera te perdi
Mas estas na água, no abstrato dos meus dias
Nas horas que passam e que imagino aonde estás
E nas horas em que falavas comigo
Mas é quando a noite cai e começa a madrugada
É que a curva sôfrega dos meus lábios
Sente falta
De uma música extraordinária que me mandavas
Uma palavra, um poema
Eu não sei como dizer
Que com ctg eu senti o milagre, o êxtase
De amar sem tabus
Que estar com ctg era estar perto do sol
Da manga madura e suculenta
Do filho que desejei ter com você e já imaginava um rosto e um nome
A água do mar e nós dois sedentos de azul e de
Prazer
E no sol, no mar, no azul, nas músicas
Nos sonhos e na poesia encontro
Um pouco de você enquanto meu corpo
Te procura...