Primavera do Adeus

Não sei como suportar quando minha voz

te procura

A tua voz que foi o princípio de tudo

Na distância e no excitante do desconhecido

Não sei o que dizer quando amanhece esplêndido e azul

Quando languidamente eu te esperava na nossa cama

Ansiava por teus passos no corredor e meu corpo estremecia

Antecedendo teu abraço demorado

arrebatando toda solidão em mim

ondulando minha pele com tuas mãos e meus cabelos com teus dedos

Não sei como dizer que mil vezes a saudade dentro de mim

te procura

quando o coração lembra de tuas palavras de amor inventadas

Como se toda nossa casa ardesse de um amor secreto e impossível

Até o momento da tua partida que sempre parecia ser a última

Quantas vezes chorei, meu amor, quando ias embora

Pq não sabia se o teria novamente

Não sei como dizer que a mulher que só sou contigo

Te procura

Agora na estação que mais amo

Na primavera te perdi

Mas estas na água, no abstrato dos meus dias

Nas horas que passam e que imagino aonde estás

E nas horas em que falavas comigo

Mas é quando a noite cai e começa a madrugada

É que a curva sôfrega dos meus lábios

Sente falta

De uma música extraordinária que me mandavas

Uma palavra, um poema

Eu não sei como dizer

Que com ctg eu senti o milagre, o êxtase

De amar sem tabus

Que estar com ctg era estar perto do sol

Da manga madura e suculenta

Do filho que desejei ter com você e já imaginava um rosto e um nome

A água do mar e nós dois sedentos de azul e de

Prazer

E no sol, no mar, no azul, nas músicas

Nos sonhos e na poesia encontro

Um pouco de você enquanto meu corpo

Te procura...

Vênus B
Enviado por Vênus B em 23/03/2020
Reeditado em 23/03/2020
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