Ausência
Oh, amada me abrace
como o egues a taça
que guarda dos lábios
as marcas de baton
saliva ainda marcada.
Oh, amada me abrace
como órfão ao destino
como beco ao fugitivo
que sem alguma saída
admite o fim do túnel.
Oh, amada, dividiremos
o barco à deriva, as velas
que navegam com o nada
feito expectadores atentos
nessas horas de sentinela.
Oh, infinda madrugada
me abrace efusivamente
como pai o filho espera
ansiosamente sua volta
pra lhe cobrir de abraço.