Ausência

Oh, amada me abrace

como o egues a taça

que guarda dos lábios

as marcas de baton

saliva ainda marcada.

Oh, amada me abrace

como órfão ao destino

como beco ao fugitivo

que sem alguma saída

admite o fim do túnel.

Oh, amada, dividiremos

o barco à deriva, as velas

que navegam com o nada

feito expectadores atentos

nessas horas de sentinela.

Oh, infinda madrugada

me abrace efusivamente

como pai o filho espera

ansiosamente sua volta

pra lhe cobrir de abraço.

Daniel Bezerra da Silva
Enviado por Daniel Bezerra da Silva em 14/03/2020
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