MEU TEMPO DE MENINO

Eu nasci num recanto que é um verdadeiro encanto, tem vastos coqueirais e o mar que amo tanto, onde o céu desdobra um manto azul cor de anil, onde o horizonte é tão extenso que reflete um brilho imenso sobre os campos fértil.

A minha casa era de madeira, coberto com palheira, ripa e caibraria.

Na frente corre um sonolento rio, que parece murmurar macio acompanhando os cantos dos pássaros no quintal. É um terreno vasto onde aves e borboletas voam no pasto e o pastoril é casto, eu vivia no berço da paz.

Quantas saudades tenho desse meu tempo de menino, eu era tão pequenino mas já cantava o hino com a mão no coração.

No recreio da escola, brincava de bola, gude, pipa, bandeirola, pega-pega e pião. Ah! que tempo de alegria, quando na rua brincava e corria e me banhava no rio.

Aos domingos ao cinema ia, depois do filme, sentava no coreto da praça com os amiguinhos, pra tomar sorvete de jabuticaba, manga, goiaba, cajá e umbu.

Nas férias nas viagens de trem para casa dos meus avós, não dar para esquecer um momento só, das lindas paisagens ao romper da aurora e bois debaixo das árvores ruminando sob o brilho do nascer do sol.

Nasci admirando as colinas, onde das montanhas descem águas cristalinas que se espalham pelas campinas, parecendo um manto de neblina.

Neste meu recanto de tanto esplendor, foi onde conheci o meu primeiro amor, que era tão bela quanto uma flor, que até escrever poemas me inspirou.

Ao cair as tardes quando o luar cor de prata por detrás da serra vagava e as estrelas no céu brilhavam, no banquinho do terreiro sentava e lindas canções cantarolava, tirando da alma um cantar de cigarra, fazendo da vida uma farra, saída de dentro do coração.

(Jackson Costa)

Jackson Costa
Enviado por Jackson Costa em 20/02/2020
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