Veleiro Solidão
Meu coração é um veleiro arisco e ligeiro.
Singrando dentre tempestades e ventanias.
Na imensidão de um oceano frio, traiçoeiro,
Abismo de amores, paixões, desejos e calmarias.
Barco valente, sem rumo, sobre ondas espumantes.
Campo de batalha de navegantes destemidos.
Ventos, horas frios, horas quentes e insinuantes,
Cortando as águas de mares desconhecidos.
Pirata sem pátria, sem bandeira, sem companhias.
Aventureiro dos sete mares, corsário da paixão.
Flutua intrépido à beira de abismos, cataclismas.
Desafiando suicida, irônico, os limites do coração.
Navega ligeiro por denso e frio nevoeiro.
Render ou fugir, o drama do incauto navegante.
Em qual porto seguro ancorar-se ágil, sorrateiro?
Num recuo estratégico ou rendição humilhante?
Navegante solitário, seu olhar vigia a esteira,
Ouvidos atentos aos sons das ondas e ventanias.
Horizonte perdido, mar em fúria, canto de sereia,
Ventos combinados que formam no mar as sinfonias.
Nascer do sol, linha do horizonte, nau em fuga.
Mar aberto, ventos frios e ondas inconstantes.
Cristas gigantescas conduzem o pirata em luta,
Para o campo de batalha de conflitos incessantes.
Estratégias de combate, contra medidas, artefatos,
Traçam impiedosos os limites da guerra iminente.
Um guerreiro incansável se prepara para os assaltos,
Em sua ultima e fatal batalha, coração versus mente.
Um corsário joga toda sua força, experiência e razão,
Contra um inimigo impossível de ser vencido.
Como enfrentar sem riscos a força de uma paixão
Que emerge de um coração puro, meigo e destemido?