Veleiro Solidão

Meu coração é um veleiro arisco e ligeiro.

Singrando dentre tempestades e ventanias.

Na imensidão de um oceano frio, traiçoeiro,

Abismo de amores, paixões, desejos e calmarias.

Barco valente, sem rumo, sobre ondas espumantes.

Campo de batalha de navegantes destemidos.

Ventos, horas frios, horas quentes e insinuantes,

Cortando as águas de mares desconhecidos.

Pirata sem pátria, sem bandeira, sem companhias.

Aventureiro dos sete mares, corsário da paixão.

Flutua intrépido à beira de abismos, cataclismas.

Desafiando suicida, irônico, os limites do coração.

Navega ligeiro por denso e frio nevoeiro.

Render ou fugir, o drama do incauto navegante.

Em qual porto seguro ancorar-se ágil, sorrateiro?

Num recuo estratégico ou rendição humilhante?

Navegante solitário, seu olhar vigia a esteira,

Ouvidos atentos aos sons das ondas e ventanias.

Horizonte perdido, mar em fúria, canto de sereia,

Ventos combinados que formam no mar as sinfonias.

Nascer do sol, linha do horizonte, nau em fuga.

Mar aberto, ventos frios e ondas inconstantes.

Cristas gigantescas conduzem o pirata em luta,

Para o campo de batalha de conflitos incessantes.

Estratégias de combate, contra medidas, artefatos,

Traçam impiedosos os limites da guerra iminente.

Um guerreiro incansável se prepara para os assaltos,

Em sua ultima e fatal batalha, coração versus mente.

Um corsário joga toda sua força, experiência e razão,

Contra um inimigo impossível de ser vencido.

Como enfrentar sem riscos a força de uma paixão

Que emerge de um coração puro, meigo e destemido?

João Drummond
Enviado por João Drummond em 11/02/2020
Código do texto: T6863657
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